Artigo: Os filósofos públicos

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Por: Luís Bassoli*

√ De uma década pra cá, uma trinca de filósofos vem ganhando notoriedade e respeito junto ao público.

  • O pioneiro foi Mário Sérgio Cortella, paranaense de Londrina, adepto da filosofia cristã, mestre pela PUC. A compleição física de halterofilista e o vozeirão contrastam com seu jeito doce e didático. Foi secretário Municipal de SP e se popularizou nos programas de rádio e tv.
  • O segundo “Mosqueteiro” é o recifense Luiz Felipe Pondé, doutor em Filosofia pela USP, com PhD em Israel (tem origem judaica, mas não professa nenhuma religião) e professor da FAAP – tido como o mais pessimista.
  • Mais novo, surge, na Unicamp, o historiador Leandro Karnal. Gaúcho de São Borja, domina temas por além da História, especialista em Shekspeare, transita pela filosofia, sociologia e, porque não, pela psicanálise. Uma voz de mantra, cada palavra em seu lugar, sem abrir mão do sarcasmo. Tornou-se ateu – e defensor da ética!
  • Aos Três Mosqueteiros da Filosofia Popular Brasileira, juntou-se o “d’Artagnan” Clóvis de Barros Filho, nascido em Ribeirão Preto, professor de Ética na USP, mestre em Política pela Sorbonne. Perpassa pelo pensamento da contemporaneidade com humor cítrico e domínio da obra dos grandes pensadores.
  • Destaque também para Viviane Mosé, nascida em Vitória/ES, doutora em Filosofia, psicanalista, poeta e jornalista. Apresentou um quadro no Fantástico, da Rede Globo. Com foco nas mulheres, aborda os desafios da transexualidade e outros temas de vanguarda com clareza e sofisticação.
  • E Djamila Ribeiro, paulista de Santos, mestre em Filosofia Política, feminista negra, autora do best-seller Pequeno Manual Antirracista, entre outros.
  • Escritores de grandes vendagens, seus livros se afastam dos de “auta-ajuda”, mas têm em comum a linguagem compreensível, sem tecnicismo.
  • Em tempos de pandemia, suas palestras foram substituídas por lives, entrevistas e debates nas redes sociais, sobretudo no YouTube.
  • Esses são alguns intelectuais que trazem reflexões ao público: no final, são milhões a pensar e se imunizar contra as fake news.
  • Uma revolução permanente está em curso no Brasil, para alternar o ciclo da História de volta à razão e ao desenvolvimento.

* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

**Os artigos assinados não representam a opinião de O Defensor!

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